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Biotec - Reprodução Animal: Botulismo em bovinos no Brasil

Biotec - Reprodução Animal: Botulismo em bovinos no Brasil: "Iveraldo S. Dutra Foram descritos e analisados os aspectos epidemiológicos, clínico-patológicos e do diagnóstico pela soroneutralização em ..."

DOENÇAS UTERINAS DO PÓS-PARTO

Em geral, a metrite puerperal aguda ocorre na primeira semana pós-parto. Está associada à retenção de placenta, complicações obstétricas e partos gemelares. Ocorre com maior freqüência em vacas com escore de condição corporal igual ou abaixo de 2 e igual ou acima de 4. A administração de uréia para vacas secas tem sido uma das causa de infecção uterina no pós-parto (Barnouin & Chacornac, 1992). Essa doença parece ser mais prevalente em vacas leiteiras do que em vacas de corte. Caracteriza-se pelo aparecimento agudo de sinais de toxemia ou septicemia, inclusive febre alta, depressão e anorexia com queda severa da produção de leite, além de descarga uterina aquosa e fétida freqüentemente (Roberts, 1986; Gilbert & Schwark, 1992).
Normalmente, o diagnóstico é simples. Histórico de parto recente, com sinais de toxemia e descarga uterina fétida são dados convincentes. Como ocorrem muitas outras complicações no período pós-parto, recomenda-se que as vacas doentes sejam bem examinadas para excluir a possibilidade de mastite superaguda, deslocamento do abomaso, pneumonia, peritonite ou qualquer outra enfermidade sistêmica.
Em geral, o tratamento para a metrite puerperal aguda é a administração sistêmica de antibióticos. É indicado o uso de antiinflamatórios não esteróides e, se necessário, recomenda-se a utilização de uma terapia de suporte mais agressiva, inclusive fluidoterapia. A drenagem do conteúdo uterino fétido parece ser uma boa solução, mas o útero é friável e pode ser facilmente perfurado nessa fase. A manipulação do útero pode provocar bacteremia, sendo que qualquer tentativa de drenagem deve ser realizada depois de iniciado o tratamento com antibióticos. (Gilbert & Schwark, 1992). Em muitas fazendas se adota a prática do exame periódico de todas as vacas, duas vezes ao dia nos primeiros 10 dias pós-parto. Todas as vacas são examinadas, a temperatura e o teor de cetonas na urina são mensurados, o leite é examinado para verificar a presença de sinais de mastite, a motilidade do rúmen é confirmada e as fezes são avaliadas. Recomenda-se que todas as vacas com febre acima de 39,5 ˚C sejam tratadas com antibiótico por via parenteral. Altas concentrações de cetona também representam um fator de risco para o desenvolvimento de metrite tóxica (Reist et al, 2003), sendo que esse achado justifica a realização de um exame físico cuidadoso. A escolha precisa do antibiótico parece ser de menor importância (Smith et al, 1998), mas o Ceftiofur na dosagem de 1 mg/kg diariamente por 3 dias revelou-se eficaz inúmeras vezes (Zhou et al, 2001; Drillich et al, 2001), e não requer o descarte do leite. Entre as terapias de suporte se incluem os antiinflamatórios não esteróides, como o flumexin meglumine. Esses agentes não apenas melhoram o estado das vacas doentes, como também podem aumentar o desempenho reprodutivo posterior (Amiridis et al, 2001). Em casos graves, pode ser necessário a fluidoterapia. Não há indícios de que a infusão intra-uterina de antibióticos ou anti-sépticos tenha alguma utilidade (especialmente quando se avalia o desempenho reprodutivo posterior), podendo seu uso ser prejudicial. Os antibióticos sistêmicos têm a vantagem adicional de proteger contra as seqüelas da bacteremia, o que geralmente, coexistem com a metrite puerperal aguda, podendo mais tarde provocar artrite, endocardite ou doença renal.
O cipionato de estradiol foi utilizado por alguns médicos veterinários para a prevenção ou o tratamento da metrite puerperal tóxica. Hoje se sabe que esse uso não traz nenhum benefício, podendo ser prejudicial (Risco & Hernandez, 2003). Também há poucos indícios de que a administração pela via oral de géis com cálcio no pós-parto melhora o estado clínico ou a resposta reprodutiva de vacas com metrite (Hernandez & Risco).
A maioria das vacas, quando tratadas no momento certo, se recupera rapidamente da metrite puerperal tóxica. Muitos distúrbios no período periparto têm relação entre si e assim como a metrite puerperal aguda geralmente ocorre após retenção de placenta, ela própria representa um fator de risco para o hospedeiro ou para complicações posteriores, tais como formas crônicas de endometrite, mastite, deslocamento do abomaso, cistos ovarianos e mesmo o aborto na gestação seguinte. Embora não tenha sido claramente estabelecida, a relação patogênica entre essas doenças pode ser devido ao comprometimento da função dos leucócitos no período periparto, principalmente em vacas com retenção de placenta (Gilbert et al, 1993a, 1993b). Em casos raros, pode ocorrer insuficiência hepática fatal (Sweeney et al, 1988) ou amiloidose (Johnson & Jamison, 1984), como complicações da metrite puerperal. A metrite puerperal aguda aumenta o risco de infertilidade posterior (Knutt et al., 2000; Moss et al., 2002).

Piometra

A piometra ocorre como doença específica do pós-parto em vacas. Caracteriza-se pelo acúmulo de exsudatos purulentos ou mucopurulentos no útero, na presença de corpo lúteo ativo em vacas acíclicas. Afeta cerca de 4% das vacas leiteiras em cada período de lactação (Akordor et al, 1986), mas a incidência pode ser maior com o uso freqüente de GnRH no início do pós-parto (Etherington et al, 1984). É de consenso entre os veterinários que a PGF2α ou produtos análogos são o tratamento de escolha para a piometra em bovinos (DeKruif et al, 1977; Fazeli et al, 1980; Ott & Gustafsson, 1980; Paisley et al, 1986). Isso é válido, mesmo que o fluído da piometra contenha altos níveis de prostaglandina F2α e PGE2 (Heap, 1975; Manns et al., 1985). A prostaglandina F2α ou produtos análogos são utilizados em doses luteolíticas normais (que variam entre os análogos) e provocam luteólise, comportamento de estro, expulsão do exsudato acumulado e excreção bacteriana do útero em aproximadamente 90% dos casos tratados. A recorrência de piometra após um único tratamento ocorre em 9 a 13% dos casos (DeKruif et al, 1977; Fazeli et al, 1980). Após o tratamento observa-se uma taxa de concepção no primeiro serviço de aproximadamente 30% ou mais, mas pode-se esperar que 80% dos animais emprenhem com 3 a 4 inseminações (DeKruif et al, 1977; Ott & Gustafsson, 1981).
Também foram utilizados estrógenos, na forma de cipionato de estradiol de dietil-estilbestrol, no tratamento da piometra. Deve-se lembrar que os estrógenos são agentes luteolíticos em vacas. A resposta clínica à terapia com estrógenos é menor do que a esperada após o tratamento com PGF2α, (Fazeli et al, 1980) e os resultados de concepção pós-tratamento são mais baixos, embora as diferenças registradas não tenham sido estatisticamente significativas (De Kruif et al, 1977; Fazeli et al, 1980). Há relatos tanto de maior (De Kruif et al, 1977) como de menor (Fazeli et al, 1980) incidência de cistos ovarianos após o tratamento para piometra com estrógenos do que com prostaglandinas.
Em um estudo (Fazeli et al, 1980), a infusão de nitrofurazona no útero foi associada ao tratamento com estradiol ou com prostaglandina. Em ambos os casos, o uso da nitrofurazona reduziu as taxas de concepção após o tratamento. Esses dados fornecem mais indícios contra o uso de infusão intra-uterina como tratamento de distúrbios uterinos em bovinos.

Endometrite clínica

A literatura técnica veterinária sobre endometrite em bovinos não possui uma definição mundialmente aceita dessa doença e de uniformidade nos critérios de diagnóstico (Gilbert, 1992). A incidência de endometrite, durante o período de lactação, foi estimada em 7,5 a 8,9% com base em descarga vaginal mucopurulenta visível (Francos, 1979), 13,8% (critérios de diagnóstico inespecíficos; Erb et al, 1981), 7,8% (critérios de diagnóstico inespecíficos, inclusive endometrite, metrite e piometra; Curtis et al, 1985), 18% (palpação retal; Bartlett et al, 1986), 3,4% (“diagnóstico veterinário”; Gröhn et al, 1990), aproximadamente 13% (Sandals et al, 1979) a mais de 40% (De Kruif et al, 1982). É difícil interpretar esses dados, tendo em vista a elevada incidência de resposta inflamatória transitória no útero de bovinos no pós-parto. Paisley et al. (1986) sugerem que o desconhecimento das secreções normais uterinas no pós-parto leva a inúmeros diagnósticos errados de endometrite subclínica.
É provável que o diagnóstico de endometrite através da palpação retal (e a eventual observação de descarga vaginal, se presente em quantidade suficiente) seja a base para o tratamento da maioria das vacas. Em geral, foram ignoradas inúmeras observações de que esse método de diagnóstico é inespecífico e insensível. De 157 vacas com suspeita de endometrite com base apenas no exame de palpação retal, 22% apresentaram resultado positivo na cultura, mas 59% das culturas do útero com resultado positivo foram obtidas de 59 vacas em que o diagnóstico de endometrite se baseou em exame com espéculo vaginal (Miller et al, 1980). DeKruf et al. (1982) descobriram que o aspecto da descarga cervical determinado através de exame vaginoscópico tinha relação tanto com a taxa total de culturas bacterianas com resultados positivos como com a taxa de recuperação do microorganismo Arcanobacterium pyogenes.
Existe um consenso geral, mas não unânime, de que a endometrite, realmente, prejudica a fertilidade das vacas acometidas. Erb et al. (1981a; 1981b) verificaram que a metrite prolongou o intervalo entre partos de uma forma direta e indiretamente, intervindo na relação entre retenção de placenta e cistos ovarianos. Curtis et al. (1985) observaram, assim como outros pesquisadores, que os distúrbios reprodutivos possuem relação entre si. Bartlett et al. (1986) estimaram que o custo da metrite, diagnosticada através de palpação retal, era de US$106 para cada lactação afetada devido ao prolongamento do intervalo entre partos, aumento da taxa de descarte involuntário, medicação e descarte do leite. Porém, Francos (1979) descobriu uma relação inversa entre a incidência de diagnóstico de metrite e a presença de vacas repetidoras de cio nos rebanhos. Miller (1980) não registrou efeito significativo causado por metrite leve. A quase unanimidade de que a endometrite realmente exerce um efeito significativo e prejudicial no desempenho reprodutivo é impressionante, tendo-se em vista a disparidade na definição e nas formas de diagnóstico dessa doença. Será que os diversos autores podem afirmar que estão analisando a mesma enfermidade? Até que ponto suas conclusões são obscurecidas por diagnósticos falso-positivos e falso-negativos?
Apesar da biópsia e da histopatologia do endométrio serem o método ideal de diagnóstico da endometrite, trata-se de procedimento invasivo, caro e que requer muito tempo. Ademais, o próprio procedimento pode ter relação com atraso na concepção (Bonnett, 1993).
Uma publicação recente de LeBlanc et al (2002a) ajudou bastante a esclarecer a confusão, elaborando um raciocínio lógico para o diagnóstico da endometrite clínica em vacas leiteiras. Os autores utilizaram a análise de sobrevivência para deduzir uma definição de caso de endometrite com base em fatores relacionados ao aumento do intervalo até a prenhez. (Embora essa estratégia ignore o fato de que a “endometrite” é um termo com definição patológica – a saber, inflamação do endométrio – ela de fato estabelece alguns critérios valiosos em termos clínicos). LeBlanc et al examinaram 1.865 vacas de 27 rebanhos entre 20 e 33 dias após o parto. Esse grupo de pesquisadores concluiu que o resultado dos sinais clínicos na reprodução dependia do momento em que se faziam as avaliações. A presença de descarga uterina purulenta ou de diâmetro cervical maior que 7,5 cm após 20 dias pós-parto ou de descarga mucopurulenta após 26 dias pós-parto determinou a observação de endometrite em termos clínicos nesse estudo. Utilizando-se essa definição, a prevalência foi de 17%. A vaginoscopia foi um componente importante do exame, a sua não realização não teria permitido a identificação de 44% dos casos clinicamente relevantes de endometrite. Entretanto, se não for viável realizar esse procedimento, uma boa alternativa é verificar a presença do corno uterino com diâmetro maior de 8 cm. A probabilidade das vacas com endometrite ficarem gestantes foi 27% menor em um determinado período e 1,7 vez maior de serem descartadas do que as vacas sem a doença. Utilizando-se a ocorrência de prenhez até 120 ou 150 dias como principal medida dos resultados, esses critérios de diagnóstico foram quase 90% específicos e apresentaram sensibilidade de aproximadamente 20% (o que reflete inúmeras outras causas de falha reprodutiva).
A endometrite clinicamente relevante apresentou maior prevalência em vacas adultas. As vacas na terceira lactação ou superior apresentaram uma prevalência de 21% em comparação a 13 % nos animais na segunda e 12% naqueles na primeira lactação. As vacas com endometrite apresentaram maior probabilidade de não terem estruturas ovarianas palpáveis no momento do exame. O risco de endometrite clínica aumentou com a ocorrência de retenção de placenta, partos gemelares ou metrite puerperal tóxica. A época da parição não afetou a prevalência dessa doença (LeBlanc et al, 2002a).
De modo geral, o intervalo médio até a prenhez em vacas com endometrite foi de 32 dias a mais do que nas normais. Houve um leve atraso (3 dias) no número de dias até a primeira inseminação e uma redução acentuada (30%) na taxa de prenhez no primeiro serviço (LeBlanc et al, 2002a).
A avaliação das opções de tratamento foi limitada pela ausência de uma definição largamente aceita de endometrite clínica e de concentração nos resultados na reprodução. Assim sendo, durante décadas a infusão intra-uterina foi o principal tratamento da endometrite em bovinos. Apesar disso, não havia indícios convincentes de que esse tipo de terapia tinha algum efeito benéfico no futuro desempenho reprodutivo das vacas acometidas. Frente à preocupação crescente do público com o uso de medicamentos em produtos de origem animal, fica difícil justificar o uso de tratamentos com antibióticos de eficácia duvidosa. É interessante observar que as primeiras palavras de descrédito sobre o uso de infusões intra-uterinas foram proferidas em 1956 pelo pesquisador Roberts. A principal alternativa para a terapia intra-uterina foi a administração sistêmica de prostaglandina F2α. Infelizmente, os indícios a favor dessa estratégia tampouco são convincentes.
Contudo, há pouco tempo foi lançado um produto que vem somando alguns indícios positivos. Em 2001 McDougall relatou que a administração intra-uterina de cefapirina, antibiótico de cefalosporina de primeira geração, formulada especificamente para administração intra-uterina, foi capaz de melhorar o desempenho reprodutivo em vacas leiteiras com fatores de risco de doença uterina. McDougall escolheu vacas com histórico de distocia, natimorto, retenção de placenta, parto gemelar ou outras doenças pós-parto que predispõem à endometrite. Essas vacas foram tratadas com 0,5 g de cefapirina pela via intra-uterina 3 a 6 semanas antes do início da estação de monta. Na estrutura de sazonalidade do setor pecuário na Nova Zelândia, o grupo tratado apresentou um percentual maior de vacas no cio aos 28 dias que foram inseminadas 2 dias antes que as de controle. A taxa de prenhez total, em toda a estação de monta, não foi diferente, mas nas vacas com retenção de placenta, ocorrência de natimorto ou descarga vulvar, a taxa de prenhez aos 28 e 56 dias (após a previsão do início da estação de monta) foi maior nas vacas tratadas do que nas controle. (Observe que a cefapirina não é comercializada nos EUA, nem em diversos outros países.)
Junto com o estudo em que elaboraram uma definição de endometrite clinicamente relevante, LeBlanc et al (2002b) avaliaram o tratamento com cefapirina ou prostaglandina e descobriram que ambos eram melhores do que a ausência de tratamento em termos de desempenho reprodutivo. LeBlanc et al não identificaram nenhum benefício no tratamento antes das 4 semanas pós-parto. Vacas tratadas com cefapirina apresentaram um intervalo bem menor até a prenhez do que as controle. Curiosamente, observaram um efeito prejudicial da administração de PG em vacas sem corpo lúteo palpável.
Heuwieser et al (2000) compararam dois produtos de uso intra-uterino (solução de formaldeído ácido m-cresolsulfúrico policondensado 2% (Lotagen) e solução de composto de eucalipto 20% (Eucacomp) com um análogo de prostaglandina (Tiaprost). O grupo da PGF2α apresentou maior percentual de vacas em cio, menor número de dias até o primeiro serviço e menor intervalo do parto até a concepção.
Knutti et al (2000) examinaram um grande número de animais (3.276 vacas durante 6.598 lactações). A endometrite foi diagnosticada após 21 dias pós-parto e tratada com infusão intra-uterina ou com produto análogo de prostaglandina ou não recebeu tratamento. As vacas foram alocadas nos diversos grupos de tratamento a critério do médico veterinário ou do proprietário (ou seja, de forma não aleatória). A prevalência da endometrite foi de14% e o número de dias vazios foi maior nas vacas doentes do que nas sadias. Distocia, retenção de placenta ou metrite puerperal tóxica foram fatores de risco para a ocorrência de endometrite. Contudo, a infusão intra-uterina prejudicou o desempenho reprodutivo nas vacas com endometrite leve. Não foi observada diferença estatística significativa entre o tratamento com PG e o não tratamento.
A ausência de dados convincentes de experimentos e a variedade dos produtos comercializados nos diversos países não nos permitem indicar com segurança uma única estratégia para terapia da endometrite clínica. Todas as infusões intra-uterinas, com exceção da cefapirina, são aparentemente contra-indicadas. Dada a atual sensibilidade ao uso de antibióticos em vacas produtoras de alimentos, são necessários mais testes antes que se possa endossar o uso da cefapirina em todos os casos. Embora sejam fracos os indícios a favor do uso da PGF2α, esse produto é barato na maioria dos países e não prejudicial. Ele é útil nos programas de manejo reprodutivo, podendo ser benéfico, independente da presença de endometrite.

Endometrite subclínica

Numa tentativa de determinar a verdadeira prevalência e a importância da inflamação do endométrio na função reprodutiva, quaisquer que fossem os sinais clínicos, pesquisamos a citologia desse tecido em vacas leiteiras. Em uma modificação do método de Ball et al (1988), foram coletadas amostras através de injeção intra-uterina de um pequeno volume (15 ml) de solução salina estéril, massagem do útero pelo reto e aspiração de parte do fluido injetado. Essa amostra foi utilizada para cultura bacteriana e exame citológico. As amostras para exame citológico foram processadas por citocentrifugação e submetidas à coloração Diff-Quik. Em 12 vacas, o diagnóstico citológico de inflamação com base na presença de neutrófilos relacionava-se perfeitamente ao indício histológico de inflamação (ao passo que a variação entre os cornos uterinos produziu uma única amostra para biópsia menos confiável). Concluímos que a citologia do endométrio é um meio rápido, barato, específico e sensível para o diagnóstico da endometrite em bovinos, além de um recurso potencialmente valioso em exames epidemiológicos e outras pesquisas sobre o papel e a importância dessa doença.
Em seguida, coletamos amostras de vacas no período imediatamente anterior à estação de monta (40 a 60 dias pós-parto) em 5 fazendas de gado leiteiro na região central do estado de Nova York. As amostras foram processadas conforme descrito acima e as correlações posteriores foram analisadas com parâmetros de fertilidade. Foram incluídas no estudo de 25 a 40 vacas de cada um dos 5 rebanhos, num total de 159 vacas. A coerência entre os pesquisadores na avaliação das preparações citológicas foi boa. (Kappa = 0,864; P < p =" 0,02)." p =" 0,001)." p =" 0,28)." p =" 0,26" p =" 0,06," p =" 0,42)," dia =" US$375" 500 =" US$250">

Fonte:http://www.sosanimal.com.br/verliteratura.php?id=8

Problemas Reprodutivos em vacas leiteiras: ciclicidade e estro

Este texto é parte da palestra apresentada por George. E. Mann (Universidade do de Nottingham, Reino Unido), no XV Curso Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos, realizado em Uberlândia de 17 a 18 de março de 2011.

Introdução

A revisão dos níveis atuais de fertilidade do rebanho leiteiro do Reino Unido revela que existem inúmeros problemas. O nível de fertilidade das vacas leiteiras modernas de alto rendimento da raça holandesa é muito mais baixo se comparado ao de suas antecessoras e sugere cautela quando se extrapolam os resultados de estudos científicos "mais antigos" para a situação atual. Além disso, sistemas de manejo com diferenças significativas em níveis de fertilidade entre países colaboram para acentuar as dificuldades encontradas quando se interpretam os dados gerados por diferentes estudos. Ao aplicar os resultados de estudos de fertilidade individual à situação "nacional", é importante que não se permita que um efeito significativo em uma pequena proporção de vacas "extremas" mascare a ausência de efeito na maioria das vacas. Embora do ponto de vista científico seja importante estudar situações extremas em alguns casos, sob a perspectiva do manejo reprodutivo e da fertilidade é provavelmente mais importante considerar o que é mais típico na situação real da fazenda.

O que está claro é que ao longo dos últimos 50 anos, os contínuos aumentos em rendimento leiteiro e número de vacas no rebanho foram acompanhados por declínio progressivo na fertilidade (Beam e Butler, 1999; Royal et al., 2000) e a taxa atual de parição até o primeiro serviço no Reino Unido está ao redor de 40%. Nos EUA, este declínio na fertilidade de vacas leiteiras não foi associado ao declínio na fertilidade de novilhas (Butler e Smith, 1989). Isto sugere que pode não haver uma tendência genética direta que afete negativamente a fertilidade e sim uma menor capacidade das vacas de lidar com o aumento do rendimento leiteiro, embora isso precise se confirmado. Por outro lado, outra limitação pode ser a inadequação da nutrição e do manejo da vaca de alta produção considerando a reprodução.

Em vacas leiteiras, a ação inibitória do bezerro ao pé sobre o eixo reprodutivo pode ser eficazmente anulada. Entretanto, existe uma série de consideráveis restrições reprodutivas e muitas delas refletem a alta "carga" metabólica decorrente do alto rendimento leiteiro. Para que a vaca fique gestante após o parto, a vaca precisa atingir uma série de objetivos reprodutivos, tais como: iniciar ciclicidade reprodutiva, manter ciclos estrais normais, manifestar cio e ovular um ovócito viável e em seguida manter um ambiente que dê suporte ao desenvolvimento do embrião em formação.

Monitoramento da Reprodução

Um dos maiores problemas quando se trata de problemas de fertilidade é descobrir o que efetivamente está ocorrendo. O monitoramento da prenhez está bem estabelecido como técnica do manejo da fertilidade seja através da palpação retal ao redor dos dias 30 a 40 ou através da ultrassonografia. Outra abordagem usada para o diagnóstico de prenhez que pode ser aplicado é a determinação de hormônios, preferivelmente em amostras de leite. A abordagem mais comum é medir os níveis de progesterona, que caem antes da ovulação em vacas vazias, mas são mantidos nas vacas prenhes. O melhor momento é coletar a amostra entre os 21 e 24 e baixos níveis seriam quase 100% indicativos de uma não-prenhez e altos níveis seriam 85% indicativos de prenhez.

Embora o uso de tecnologias reprodutivas para monitorar a gestação seja comum, sua aplicação no monitoramento de outros aspectos da fertilidade é menos evidente. A falha em detectar uma vaca em estro pode refletir falhas na ciclicidade reprodutiva, falha na manifestação do estro ou falha em detectar o estro. Considerando este grau de incerteza, as decisões de manejo da fertilidade podem ser difíceis. É um desperdício inseminar uma vaca que não esteja realmente em estro, mas pode ser ainda pior deixar de inseminar uma vaca em estro.

A palpação retal pode ser usada, especialmente ao início da estação de cobertura, para identificar vacas que não estejam ciclando, que apresentem ovários relativamente pequenos e ausência de corpo lúteo. Entretanto, a detecção manual do corpo lúteo depende de sua protrusão do ovário, mas como este nem sempre é o caso, a precisão desta abordagem tem sido frequentemente questionada. Mais recentemente, a ultrassonografia tem sido usada para avaliar a função reprodutiva e, nas mãos de um operador experiente, pode identificar tanto o corpo lúteo no ovário como permitir a observação de folículos ovarianos.

Outra abordagem é o uso dos testes dos níveis de progesterona no leite como método complementar de manejo da fertilidade. Embora a coleta das amostras e a determinação dos níveis de progesterona nestas amostras possam ser bastante trabalhosas, as informações obtidas são de grande valor. Uma vez que vaca tenha ovulado, o corpo lúteo se forma no ovário e secreta o hormônio progesterona, que controla o ciclo reprodutivo. Ao final do ciclo o corpo lúteo regride e os níveis de progesterona caem antes do próximo estro e ovulação. Esta progesterona pode ser medida facilmente no leite, refletindo de forma precisa a atividade reprodutiva de uma determinada vaca. Constitui uma ferramenta confiável de monitoramento da atividade reprodutiva das vacas e remove um importante elemento de aleatoriedade das decisões de manejo da fertilidade. O monitoramento da progesterona no leite também reflete o padrão de função reprodutiva pós-parto e problemas tais como retomada tardia da ciclicidade, interrupção temporária da ciclicidade e possíveis cistos luteais. Embora a aplicação de rotina deste tipo de monitoramento exija um comprometimento significativo além das possibilidades de muitas fazendas, esta é uma valiosa ferramenta de pesquisa para a investigação de problemas reprodutivos pós-parto.

Entretanto, enquanto a determinação dos níveis de progesterona identifica o momento da luteólise e a elevação pós-ovulatória de progesterona, não revela nada a respeito das características da fase folicular. O padrão geral de eventos na fase folicular envolve a elevação dos níveis de estradiol depois da queda da progesterona, que desencadeia tanto o comportamento estral quanto o pico ovulatório de LH. Ao medir também o nível de estradiol no leite além da progesterona podemos caracterizar com maior precisão os eventos da fase folicular (Scholey et al., 2005).

Retomada da ciclicidade

Todas as vacas passam por um período de anestro pós-parto. O intervalo médio até o retorno da ciclicidade em vacas leiteiras é de cerca de 24 dias (Royal et al., 2000), embora seja bastante comum identificar vacas que ainda não retomaram a ciclicidade aos 100 dias pós-parto. Tanto o alto rendimento leiteiro quanto o balanço negativo de energia no período pós-parto já foram implicados neste atraso na retomada da ciclicidade. Em vacas leiteiras, Butler e Smith (1989) relataram uma estreita correlação entre o intervalo até o primeiro estro e o grau de balanço negativo de energia. Entretanto, quando estudos analisaram os efeitos da perda de condição corporal sobre a retomada da ciclicidade, apenas uma pequena proporção de vacas apresentou atraso significativo, relacionado à rápida perda de condição corporal (> 1 ponto no escore de condição corporal durante os primeiros 30 dias pós-parto (Beam e Butler, 1999). Em um estudo que avaliou a retomada da ciclicidade em vacas que perderam entre 0 e 0,5 unidade de escore de condição por mês após o parto, não foi detectada influência desta perda de condição sobre o momento da retomada da ciclicidade (Mann et al., 2005). Entretanto, nos mesmos animais observou-se forte correlação entre maior rendimento leiteiro e o atraso na retomada da ciclicidade. Butler e Smith (1989) sugeriram que a relação entre rendimento leiteiro e ciclicidade é inconsistente, sendo que alguns estudos demonstram a correlação e outros não. Entretanto, existe um volume considerável de evidências que suportam a idéia da influência do alto rendimento leiteiro sobre o retorno à ciclicidade. Staples et al. (1990) observaram que as vacas que se mantinham em anestro após os 60 dias produziam menos leite e apresentavam maior balanço negativo de energia do que as que ciclaram neste período.

Canfield e Butler (1990) relataram uma redução tanto em níveis basais quanto em liberação pulsátil de LH neste período, sugerindo que a falha na ovulação poderia resultar de níveis inadequados de LH. Lucy et al. (1992) demonstraram que o fornecimento de dietas com baixo teor de energia a vacas em fase avançada de lactação reduzia o crescimento dos folículos na ausência de quaisquer efeitos sobre o LH, mas resultava em redução dos níveis de IGF - 1. Gutierrez et al. (1999) observaram que o atraso na retomada da ciclicidade em vacas de alto rendimento estava associado a baixos níveis plasmáticos de insulina. O nível de proteína na dieta também pode ser importante, como relataram Jordan e Swanson (1979), com retorno mais precoce ao estro em vacas alimentadas com dietas com níveis mais elevados de proteína bruta, enquanto Carlsson & Pehrson (1993) relataram prolongamento do intervalo até o primeiro serviço em rebanhos com baixos níveis de uréia no leite (indicativos de baixos teores de proteína). Além disso, foi demonstrado que o fornecimento de gordura às vacas no período pós-parto para elevar a densidade energética da dieta também reduzia o intervalo até a primeira ovulação (Beam e Butler, 1997).

Normalização dos Ciclos Reprodutivos

O desenvolvimento de folículos ovarianos, ovulação e subsequente função lútea determinam a normalidade dos ciclos reprodutivos e são controlados principalmente por hipotálamo/hipófise através da secreção dos hormônios gonadotróficos, LH e FSH. Ondas de desenvolvimento folicular são iniciadas logo depois da parição e este é um dos componentes-chave da função reprodutiva neste período. Embora muitos efeitos de extremos nutricionais tenham sido relatados, a comparação de padrões de desenvolvimento de folículos ovarianos sob o efeito de baixos e altos níveis nutricionais não revelou diferenças (Webb et al., 1999). Isto sugere que, com nível nutricional adequado, o desenvolvimento folicular em vacas modernas de alto rendimento não é comprometido. Gong et al. (1999), entretanto, demonstraram que o desenvolvimento de folículos ovulatórios é suprimido em vacas estimuladas a produzir máxima quantidade de leite.

Ao final da fase lútea do ciclo ocorre a secreção PGF2α no útero em resposta à ligação da ocitocina aos receptores recém-desenvolvidos no endométrio uterino, levando à luteólise e iniciando o desenvolvimento final do folículo pré-ovulatório, que se desenvolve e ovula. Uma vez os ciclos reprodutivos tenham sido restabelecidos depois do anestro pós-parto, em circunstâncias normais se repetem a intervalos regulares até que uma nova prenhez ocorra. Entretanto, um número crescente de vacas apresenta interrupção destes processos, o que resulta em uma série de distúrbios do ciclo reprodutivo, tais como: retomada tardia da ciclicidade, cistos luteais e foliculares e interrupção da ciclicidade.

Ao longo dos últimos 20 anos, a proporção de vacas leiteiras que apresentam estes problemas de ciclo reprodutivo se elevou de 32 para 44% (Royal et al., 2000). O componente mais evidente deste aumento foi a elevação na incidência de persistência do primeiro corpo lúteo de 7,3% para 18,2%. Um problema relacionado ao rendimento leiteiro (Wathes et al., 1998a) é que as vacas retomam a ciclicidade depois da parição, mas esta ciclicidade cessa por um determinado período de tempo. Demonstramos que vacas que apresentam problemas de ciclo reprodutivo também apresentam maior rendimento leiteiro que vacas com ciclos reprodutivos normais (Mann et al., 2005), assim como níveis plasmáticos mais de elevados de β-hidroxibutirato. Entretanto, não detectamos diferença em uréia plasmática, sugerindo que o balanço de energia e não de proteína seja a principal causa dos problemas de função ovariana. Outros estudos relataram maior incidência de problemas de ciclo reprodutivo em vacas de alto rendimento (Taylor et al., 1999). Estudos complementares detectaram redução dos níveis de IGF-1 e elevação dos níveis ácidos graxos não estruturados (AGNEs) em vacas com problemas de ciclo reprodutivo (Pushpakumara et al., 1999).

Estro

Atuais estimativas do Reino Unido sugerem taxas de detecção de estro ligeiramente inferiores a 50% e combinadas a taxas de concepção de apenas 40%. Desta forma, uma vez que se tomou a decisão de iniciar as inseminações, somente 20% das potenciais oportunidades irá resultar em uma prenhez.

Já foi sugerido que o nível de estradiol durante a fase folicular possa ser o principal determinante da intensidade de manifestação do estro, embora existam poucos dados disponíveis. Recentemente foram determinados os níveis de estradiol no leite durante a fase folicular e correlacionados os resultados obtidos à intensidade do cio, determinada através de atividade medida via pedômetro e não foi detectada uma clara correlação, assim como não se demonstrou efeito sobre o resultado da inseminação (Kendall et al., 2010).

Existem dados limitados quanto à influência da dieta sobre as características do estro, mas um estudo conduzido em vacas japonesas sugere que a nutrição poderia afetar tanto a intensidade quanto a duração do estro (Suzuki et al., 1982, citado por McClure, 1994). Harrison et al. (1990) entretanto, relata atraso significativo na observação do primeiro estro em vacas de alto rendimento, embora sem atraso no momento da primeira ovulação pós-parto. Outros estudos não observaram correlação entre rendimento leiteiro ou balanço energético e intervalo até a primeira ovulação pós-parto (Villa-Godoy et al., 1988). Na revisão de uma série de estudos, Staples et al. (1998) relataram aumento geral em comportamento estral em vacas alimentadas com suplementação de gordura. Recentemente se observou melhora da intensidade da atividade estral em vacas suplementadas com ácido linoleico conjugado encapsulado (Mann et al., 2007).

Estresse decorrente de manejo e fertilidade

Embora muita atenção deva ser dada aos determinantes metabólicos e fisiológicos dos problemas reprodutivos, outro importante fator é o estresse. Muitas vezes, se atribui eficiência reprodutiva sub-ótima a fatores de estresse e o fato de que os fatores de estresse possam arruinar uma função tão importante quanto a reprodução, enfatiza a necessidade de minimizá-lo sempre que possível (Dobson et al., 2001). Os animais dispõem de uma série de mecanismos fisiológicos de segurança em níveis de hipotálamo, hipófise e glândulas-alvo, mas quando submetidos a níveis excessivos de estresse pode ocorrer sub-fertilidade (Dobson & Smith, 2000). Os fatores de estresse podem ser crônicos ou agudos e inúmeras investigações coletaram evidências relativas aos efeitos de fatores de estresse crônicos. Entretanto, as intervenções reprodutivas normalmente se restringem aos fatores agudos de estresse tais como transporte, uma vez que são facilmente definidos e controlados. A importância do estresse pode ser expressa financeiramente, mas o bem estar animal é igualmente se não mais importante e está sob constante escrutínio dos consumidores (Dobson et al., 2001). O estresse se manifesta pela incapacidade do animal de lidar com seu ambiente, um fenômeno que se reflete em incapacidade de expressão de seu potencial genético (Dobson e Smith, 2000).

Diversos estudos relataram efeitos adversos de alterações em manejo, sanidade ou status social sobre a fertilidade. Dobson e Smith (1998), por exemplo, relataram aumento de 46 dias no intervalo entre partos em vacas que foram rebaixadas em status social se comparadas àquelas de maior status durante o período pós-parto. A claudicação após a parição aumentou o período até a concepção em 14 dias e o número de serviços em 0,4 (Collick et al., 1989). Procedimentos diários como contenção em tronco podem resultar em elevações dramáticas de cortisol plasmático (Thun et al., 1998), indicando quão suscetíveis são as vacas leiteiras aos fatores de estresse. Embora não seja frequente no Reino Unido, mas a inseminação de vacas durante os meses mais quentes do ano resulta em queda de fertilidade. Acredita-se que diferentes fatores contribuam para esta situação; o mais importante é o efeito das altas temperaturas e altos teores de umidade relativa do ar que resultam em menor intensidade de manifestação de estro e redução do apetite e consumo de matéria seca. O mecanismo exato do estresse térmico, entretanto, ainda não foi plenamente esclarecido.

Embora problemas relacionados à ambiência possam afetar o desempenho reprodutivo, um estudo abrangente conduzido na Unidade Leiteira da Universidade do Estado da Carolina do Norte não detectou diferenças em desempenho reprodutivo entre vacas mantidas a pasto ou aquelas mantidas em pequenos piquetes (Washburn et al., 2002). Isto sugere que, contanto que as instalações tenham padrão adequado, podem não ser de particular importância para o desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. Entretanto, existem evidências consideráveis de que mudanças no ambiente como a mudança de pasto, podem ter efeitos adversos sobre o desempenho reprodutivo.

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Fonte: Site MilkPoint
 
José Luiz Moraes Vasconcelos Botucatu - São Paulo
 

Ciclo Estral em fêmeas bovinas (Resumo)


Proestro

Essa fase é caracterizada por manifestações comportamentais que, normalmente, passam despercebidas ao homem, no entanto, são perceptíveis ao touro ou rufião. Nesse período, a fêmea monta as companheiras, mas não se deixa montar.

Estro

Uma vaca cíclica manifesta, a cada 21 dias, em média, sinais de estro. Esse período, denominado ciclo estral, pode variar fisiologicamente de 17 a 24 dias, sendo menor nas novilhas que nas vacas de mais idade, e compreende quatro fases: proestro, estro, metaestro e diestro. Nas duas primeiras, há elevação de estrógenos, destacando-se o 17ß-estradiol, enquanto nas duas últimas há elevação na concentração de progesterona e, conseqüentemente, a presença do corpo lúteo (CL) no ovário da fêmea.


Nesse período, a fêmea monta as companheiras, mas não se deixa montar.
O estro, também conhecido por cio ou calores, é o período em que uma fêmea aceita a monta por outro animal, seja ele um touro, rufião ou mesmo uma outra fêmea.A duração do estro varia de 10 a 30 horas, dependendo, entre outros fatores, da raça, idade (novilhas tendem a ter o estro mais curto), condições sanitárias, temperatura ambiente e manejo. Aceitar a monta é o sinal característico de estro.

Sinais de uma vaca em estro

Muco vaginal liberado durante o estro Metaestro e diestro .Uma vaca em estro apresenta diversos sinais como: Inquietação e nervosismo, com movimentação e mugidos freqüentes. Cauda erguida e micção freqüente.

Redução do apetite e da produção de leite.

Vulva edemaciada e brilhante, com liberação de muco vaginal.

Agrupamento em torno do rufião ou do touro.

Aceita a monta (principal sinal).

Esses sinais, exceto a aceitação da monta, estão também presentes no proestro e diminuem à medida que o final do estro se aproxima. O muco liberado durante o estro é um bom indicativo da condição intra-uterina da fêmea e pode revelar algumas enfermidades que estejam acometendo o animal. O muco normal do estro deve ser transparente, cristalino, assemelhando-se à clara de ovo, sendo considerada normal a presença de pequena quantidade de sangue vermelho vivo. Quando há presença de muco com características diferentes das citadas, a fêmea não deve ser inseminada ou coberta, devendo ser anotadas na ficha da vaca as características do muco (cor, aspecto). O veterinário deve ser comunicado imediatamente, para que tome as providências necessárias.

Metaestro

No metaestro, a fêmea já não aceita a monta, porém, é nesse período que ocorre a ovulação nos bovinos. Após o metaestro, a fêmea entra em inatividade sexual ou diestro, que dura aproximadamente 14 dias. No final dessa fase, caso não haja gestação, o ovário começa a sofrer influência hormonal, ocorrendo a regressão do corpo lúteo, e dando início a novo ciclo estral. Caso tenha ocorrido fertilização, a fêmea torna-s gestante.

Fonte: Site da Embrapa.

Frio reduz a produção de leite do Rio Grande do Sul

O frio excessivo e as fortes geadas no início deste inverno, em pleno período de safra de leite no Rio Grande do Sul, devem provocar uma queda de 18,5 milhões de litros na produção gaúcha deste mês em relação a julho de 2010. O desempenho corresponde a uma retração entre 7% e 8% na mesma base de comparação, conforme projeção preliminar do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat-RS), e já deve ter impacto sobre os preços do produto para o consumidor nesta semana.

Segundo o diretor-executivo da entidade, Darlan Palharini, a estimativa foi feita a partir do levantamento sobre a captação das indústrias na primeira semana de julho, que indica uma queda na produção local para a média diária de 7,5 milhões de litros, 500 mil litros a menos do que em junho e 600 mil a menos do que em julho de 2010.

O problema é que o inverno começou com duas semanas de frio muito intenso e temperaturas negativas em várias regiões do Estado. Conforme o assistente técnico da Emater-RS, Fábio Schilick, o clima prejudicou o desenvolvimento das pastagens e reduziu a produtividade das vacas leiteiras nas propriedades com poucas reservas de silagem ou ração para complementar a alimentação dos animais.

De acordo com Palharini, o normal é que a produção gaúcha de leite siga uma trajetória ascendente de junho até setembro, antes de iniciar o período de declínio até chegar ao período mais forte de entressafra, de janeiro a abril. Desta vez, porém, o padrão foi quebrado. Até agora o Sindilat-RS não tinha registro de queda no volume produzido em julho na comparação com junho.

A Santa Clara, com sede em Carlos Barbosa, costuma receber nesta época 550 mil litros de leite por dia de 4,3 mil associados. O diretor Alexandre Guerra ainda não tem um levantamento sobre a quebra do início de julho, mas já ouviu relatos de criadores sobre reduções de 5% a 10% na produção.

A quebra na safra de leite também vai mexer nos preços do produto. No varejo, a previsão é de 10% de alta nesta semana, diz o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo.

Os criadores de gado leiteiro esperam elevação ou ao menos estabilidade dos preços recebidos da indústria neste mês em comparação com junho, segundo o assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Airton Hochscheid. Para junho, o valor previsto (o fechamento só será conhecido dia 18) é de R$ 0,6724 por litro com padrão de qualidade normal.

A matéria é de Sérgio Ruck Bueno, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

Fonte:Site do MilkPoint
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